UMA LEITURA METODOLÓGICA DE A FUNÇÃO SOCIAL DA GUERRA NA SOCIEDADE TUPINAMBÁ (LIVRO PRIMEIRO - A TECNOLOGIA GUERREIRA) DE FLORESTAN FERNANDES
DOI:
https://doi.org/10.32435/envsmoke.202031087-094Palavras-chave:
Estudos etnográficos, Sociologia, Antropologia.Resumo
Este ensaio propõe uma leitura metodológica sobre o Primeiro livro – A tecnologia guerreira, da obra do Florestan Fernandes, “A função social da guerra na Sociedade Tupinambá”. Para a construção da escrita etnográfica, Florestan procura potencializar a literatura produzida sobre os tupinambá, a dissertação e a tese (orientadas por Fernando Azevedo) sobre os Tupinambá foram estudos etnográficos a partir de fontes puramente historiográficas (relatos de cronistas e viajantes ao “Brasil” dos séculos XVI e XVII), método não muito utilizado na Sociologia e na Antropologia que veem a etnografia como “estive lá”. A tese do Florestan foi dedicada aos professores e etnólogos Herbert Baldus e Roger Bastide (membros da banca de defesa da tese). Sherry Ortner no ano de 2006 define a teoria como a série de "estruturas de pensamento" - incluindo conceitos, metáforas e narrativas que fornecem estruturas interpretativas para dar sentido à evidência. Florestan caracterizou em notas a análise dos relatos dos cronistas e viajantes, sempre crítica, procurando verificar se elas não se contradizem e o contexto histórico de cada obra e autor (caráter literário, encomenda, relatório de governo, etc.). O interesse em compor este ensaio é dar visibilidade as discussões teórico-metodológicas presentes na obra de Florestan Fernandes que podem contribuir para o debate nas Ciências Sociais e nas áreas afins.
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