AVALIAÇÃO DO RISCO DE INCÊNDIO NA REGIÃO DO VALE DO PARAÍBA, FLORESTA ATLÂNTICA DO SUDESTE, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.32435/envsmoke.20236143-52%20%20Palavras-chave:
Mata Atlântica, Queimadas, MonitoramentoResumo
Nos últimos tempos, a área queimada por incêndios florestais na Mata Atlântica, um hotspot de biodiversidade, tem aumentado e sua ocorrência pode ameaçar esse bioma. O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho de três índices de risco de incêndio para uma série histórica no Vale do Paraíba Paulista, sudeste da Mata Atlântica, Brasil. Dados meteorológicos diários de estações meteorológicas automáticas e registros de focos de calor do programa de monitoramento de incêndios do INPE foram usados para validar as fórmulas. Foram calculados três índices de risco de incêndio: Angstron, Fórmula de Monte Alegre (MAF) e Telecyn. Esperávamos encontrar um aumento no risco de incêndio nos últimos anos na região, o que foi constatado em alguns municípios, e que o risco de incêndio fosse maior nos meses secos, o que foi demonstrado. Além disso, argumentamos que as áreas protegidas em torno de locais com maior risco de incêndio estão sendo ameaçadas, especialmente perto de São Luiz do Paraitinga e Taubaté. Por fim, considerando a maior probabilidade de detecção de risco de incêndio em classes mais altas, o Angstron foi o mais adequado para Campos do Jordão e o MAF para São Luiz do Paraitinga, Taubaté e Cachoeira Paulista.
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