COVID-19 NA ÓTICA DA MEDICINA VETERINÁRIA
DOI:
https://doi.org/10.32435/envsmoke.20214166Resumo
No final do ano de 2019, um mutante do coronavírus com potencial de causar doença respiratória em humanos surgiu no continente asiático, denominado SARS-CoV-2 causador da doença COVID-19, e, em poucos meses já era considerado pandêmico. A identificação da doença provocou medo entre as pessoas, especialmente pela sua elevada capacidade de disseminação e potencial de causar óbito em uma parcela dos indivíduos infectados.
A gravidade desta enfermidade varia de leve a intensa, podendo culminar em morte, especialmente em indivíduos portadores de comorbidades. O quadro clínico causado varia bastante, supostamente conforme a carga viral com a qual o portador entrou em contato e ainda segundo a porta de entrada no organismo. Sabe-se, porém, que o coronavírus possui baixa capacidade de sobreviver em superfícies, porém não se descarta a possibilidade de veiculação do mesmo através de embalagens de produtos adquiridos de locais com presença do referido agente e que tenham sido transportados em um período de uma a três semanas em temperatura ambiente. Inclui-se aí a possibilidade de veiculação ainda em superfícies vivas como, por exemplo, a partir de animais, especialmente os de companhia, haja vista a proximidade e contato frequente entre as pessoas da residência.
Vale ressaltar que animais e produtos animais representam uma ameaça à saúde humana, todavia o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) possui regras e normas que regulam esse tráfego de modo a evitar ou minimizar os riscos de prejuízo à saúde e o bem-estar dos seres humanos, os interesses da agricultura, horticultura ou silvicultura e o bem-estar e a sobrevivência dos recursos da vida selvagem.
Embora haja suspeitas de que o SARS-CoV-2 tenha surgido de uma fonte animal, não há razão para pensar que qualquer animal, incluindo animais de estimação como gatos e cães, possam ser uma fonte de infecção (portador do agente e que pode disseminar) por esse novo coronavírus. Os poucos casos de infecção de gatos pelo SARS-CoV-2 relatados referem-se a animais que conviviam com humanos infectados, porém, sem evidência da importância epidemiológica desses animais na transmissão da doença para humanos. Porém, recomenda-se que, em caso de adoecimento pelo COVID-19, o indivíduo portador mantenha-se distante de qualquer animal de estimação que possua, deixando-o sob cuidados de terceiros, minimizando, desta forma, a chance de contaminação ou infecção desses animais.
Essa orientação se dá pelo fato de que o agente viral expelido por tosse, espirros ou outras secreções eliminadas de indivíduos portadores, pode se depositar sobre pelo e pele de animais de estimação, por exemplo e, quando expelidas em locais diversos onde animais tenham contato, estes animais poderão ainda veicular o agente viral em suas patas, boca e focinho.
É importante frisar que embora ainda não esteja clara a contribuição dos animais domésticos na epidemiologia da COVID-19, é sabido que pets que convivem com pessoas infectadas apresentam risco mais expressivo de contrair o vírus. Pesquisas vêm sendo conduzidas pelo Brasil e em outras partes do mundo buscando a identificação molecular do vírus a partir de amostras biológicas coletadas de animais com sinais clínicos característicos ou sugestivos de COVID-19 e com histórico de convivência com famílias que tiveram pessoas infectadas pela doença em questão.
Neste contexto, como até o presente momento, não existe evidências da transmissão do SARS-CoV-2 de animais para humanos, devem ser mantidos hábitos de higiene, uso de máscaras e distanciamento social, além de orientações para que os tutores suspeitos ou positivos para COVID-19 evitem contato com gatos e cães.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 José Andreey Almeida Teles, Inácio José Clementino, Suely Ruth Silva, Francisco de Assis Azevedo, Marianne Rachel Domiciano Dantas Martins
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
The copyright for manuscripts published in Environmental Smoke belongs to the author, with first publication rights for the journal. The published articles are of total and exclusive responsibility of the authors.