CONDIÇÕES FÍSICAS E HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DO ABATE CLANDESTINO EM UM MUNICÍPIO DE ALAGOAS, NORDESTE BRASILEIRO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.32435/envsmoke.20203318-30

Palavras-chave:

Clandestinidade, Abatedouro, Bovinos, Carne

Resumo

O Brasil é líder em exportações e dono do segundo maior rebanho mundial, com cerca de 200 milhões de cabeças de gado. Mesmo apresentando números elevados referentes à produção de produtos cárneos, o país sofre com a clandestinidade no abate de bovinos. Além disso, o consumo de carne ou subprodutos contaminados pode ser a causa de diversas doenças graves. Essas doenças só podem ser devidamente identificadas mediante a inspeção ante e post-mortem às quais os animais são submetidos no matadouro legalizado, procedimento que não ocorre em abates clandestinos. Diante disso, objetivou-se realizar uma análise das condições físicas e higiênico-sanitárias do abate clandestino em um município de Alagoas bem como, sua implicação na saúde pública. Foram realizadas visitas durante o período de junho a julho de 2019, com abate semanal médio de dez animais sendo observados condições das instalações, higiene do local e dos manipuladores, procedimento de matança, uso de equipamentos, forma de abate até o transporte e destino do produto final. Durante a visita ao abatedouro foi observado que no local do abate não tinha nenhum tipo de adequação para o fim a que se destinava, pois não existia nenhum tipo de instalações físicas acontecendo ao ar-livre e favorecendo assim a proliferação de micro-organismos. As pessoas envolvidas não utilizavam EPI’s durante as etapas de abate dos animais. A esfola aérea não era utilizada em nenhum dos animais, devido à inexistência de trilhos aéreos, sendo realizada diretamente no solo, propiciando a contaminação da carcaça. As vísceras eram lavadas em tonéis e baldes de água, manipuladas em cima de lonas e sacos de estopas sendo enxugadas com auxílio de um pano de prato, em precárias condições de higiene. As carnes eram expostas em ganchos facilitando a retirada das pelancas ao ar-livre e à temperatura ambiente, até serem recolhidas e transportadas na mala de carros particulares, carrocinhas e carroceria de caminhão até o mercado e açougues da região, sem refrigeração e condições precárias de armazenamento. Concluiu-se que as condições físicas e higiênico-sanitárias são inexistentes para a finalidade que se destinam, pondo em risco a saúde do manipulador e da população.

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Biografia do Autor

Hellen Tenório Bezerra, Faculdade Integrada de Patos (Posfip), Patos, Paraíba

Pós-graduanda em Gestão da Segurança Alimentar e Vigilância Sanitária

José Andreey Almeida Teles, Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU)

Mestre em Biociência Animal, Médico Veterinário, Professor/Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU), João Pessoa, Paraíba, Brasil

Gil Dutra Furtado, Cooperativa de Serviços Técnicos do Agronegócio (COOPAGRO). Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU)

Engenheiro Agrônomo e Psicopedagogo, Doutor em Psicobiologia e Pós-Doutor em Desenvolvimento do Meio Ambiente. Atualmente é Cooperado da COOPAGRO (Cooperativa de Serviços Técnicos do Agronegócios ) e pesquisador associado ao LABEA (Laboratório de Ecologia Aquática) da Universidade Federal da Paraíba.

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Publicado

2020-12-28

Como Citar

Bezerra, H. T., Teles, J. A. A., & Furtado, G. D. (2020). CONDIÇÕES FÍSICAS E HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DO ABATE CLANDESTINO EM UM MUNICÍPIO DE ALAGOAS, NORDESTE BRASILEIRO. Environmental Smoke, 3(3), 18–30. https://doi.org/10.32435/envsmoke.20203318-30

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